Grupo de Estudos Walter Benjamin

GRUPO DE ESTUDOS WALTER BENJAMIN - EXPERIÊNCIA E POBREZA

Eixo Temático: O Conceito de Experiência (Erfährung) no Pensamento de Walter Benjamin

Objetivo Principal

    Este Grupo de Estudos procura promover encontros quinzenais entre a comunidade acadêmica e a comunidade externa interessada na leitura e interpretação da obra de Walter Benjamin. O eixo temático proposto para este semestre busca abarcar textos escritos pelo autor que tratem a respeito do conceito de experiência (Erfährung). 

Justificativa 

    Este Grupo de Estudos surge do interesse de membros tanto da comunidade acadêmica quanto da comunidade externa na leitura e interpretação de escritos de Walter Benjamin. Anseiam, hoje, à criação deste Grupo de Estudos professores pesquisadores do Instituto de Psicologia, do Instituto de Filosofia, graduandos e pós-graduandos da UFU e de outras instituições de ensino, assim como alunos egressos da UFU. 
    Este interesse surge das dificuldades existentes na interpretação de um conceito central no pensamento benjaminiano, a saber, o conceito de experiência (Erfährung). Para a interpretação da obra de Benjamin, o conceito de experiência faz emergir dois problemas: primeiramente, as dificuldades para se iluminar esse conceito surgem em razão das muitas variações que ele sofre no decorrer da obra do autor. Para apresentar alguns indicativos desta variação, podemos partir do texto “Experiência”, de 1913 – ensaio publicado na revista Der Anfang – em que o conceito é apresentado com um significado negativo: experiência é uma máscara dos homens adultos, que impõe à juventude um modo de vida e impossibilita o indivíduo de conhecer a verdade. Poucos anos depois, em 1918, Benjamin, escreve o texto “Sobre o programa da filosofia do provir”, em que o conceito de experiência não assume mais um tom negativo, mas é compreendido como um modo de conhecimento do mundo que expande o sentido do presente e que, por isso, carrega um modo de manifestar uma outra verdade. Já no texto
“O Narrador” de 1936, Benjamin trata a respeito da degradação da experiência na modernidade, afastando deste conceito um modo de expansão do presente, como foi apresentado no texto de 1918. Para além das dificuldades geradas pelas diversas definições que Benjamin aponta para o conceito, há um segundo fator que dificulta seu estudo na obra do autor: o fato dele surgir como pano de fundo numa diversidade de seus textos. O próprio autor estabelece em cartas paralelos entre alguns de seus textos e o problema da experiência. Em uma carta de 04 de junho de 1936 destinada a Adorno, Benjamin estabelece uma relação entre seu ensaio “O Narrador” e seu texto “A obra de arte na época de sua reprodutibilidade técnica”, apontando paralelos entre as ideias de degradação da experiência e a perda da aura na modernidade. Todavia, esta relação entre os conceitos de aura e experiência não se fazem claras no texto da “Obra de arte...”, ficando apenas implícitos. Em outros trabalhos, como é o caso das teses “Sobre o conceito de história”, Benjamin apresenta que o historiador deve constituir uma experiência com o passado (tese XVI), sem definir, em nenhuma das teses, qual é o conceito de experiência que deve ser assumido pelo historiador. Estes dois problemas que cercam o conceito levantam uma diversidade de dúvidas: como apresentar uma definição – ou definições cronologicamente posicionadas – do conceito de experiência? Além disso, como definir o conceito de experiência quando aparece no pano de fundo dos textos do autor? Será possível uma definição cronológica da experiência que dialogue com os textos de Benjamin em que este conceito é parte da constelação que compõe o raciocínio do autor? É com o objetivo de apresentar respostas a estas perguntas que iniciaremos este Grupo de Estudo. 

Metodologia 

    Encontros quinzenais on-line em formato de apresentação de um texto escolhido e de debates em torno da leitura do texto. Teremos um tempo específico para apresentação e depois para o debate assim distribuídos: 40 min. de apresentação e 80 min. de debate. 

Local de realização 

    Os encontros serão pelo Google Meet. Os interessados deverão enviar e-mail para Gabriel Galbiatti Nunes (gabriel.galbiatti.nunes@hotmail.com) para solicitar o link da reunião. 

Horário: 9:00 h

Emissão de certificados 

Haverá emissão de certificado para aqueles que realizarem a apresentação do texto. 

Membros: 

Ana Paula de Ávila Gomide (Professora Doutora do IPUFU - UFU)

Bruno Pereira Rodrigues (Mestrando em Filosofia – IFILO- UFU)

Cecília Lemes (Graduanda em Filosofia – IFILO - UFU)

Gabriel Galbiatti Nunes (Graduado em Filosofia – IFILO-UFU)

Geórgia Amitrano (Professora Doutora do IFILO- UFU)

João Paulo Andrade (Doutorando em Filosofia - UNICAMP)

Luiz Felipe Soares Araújo (Graduando em Psicologia IPUFU-UFU)

Cronograma do 2º semestre de 2020 

06/11: O narrador. Considerações sobre a obra de Nikolai Leskov.

20/11: A imagem de Proust.

04/12: A obra de arte na época de sua reprodutibilidade técnica.

18/12: Sobre alguns temas de Baudelaire.

Cronograma do 1º semestre de 2021

05/03: Experiência; Experiência e pobreza.

19/03: Sobre el programa de la filosofia venidera.

02/04: Brinquedo e brincadeira. Observações sobre uma obra monumental; Livros infantis e esquecidos; História cultural do brinquedo.

16/04: Rua de mão única; Infância berlinense.

30/04: O autor como produtor.

14/05: Para uma crítica da violência.

28/05: Paris, capital do século XIX.

11/06: A tarefa do tradutor.

25/06: N – Teoria do conhecimento, teoria do progresso. In: Das Passagen-Werk.